Ainda Estou Aqui é o grande campeão no Oscar 2025
Por Isabelle Melissa
Primeira estatueta da história do Brasil não ficará com Walter Salles

O tão sonhado Oscar chegou já com uma grande torcida e favoritismo, e em clima de Carnaval. “Ainda Estou Aqui”, dirigido por Walter Salles, recebeu o prêmio de “melhor filme internacional”, no Oscar 2025. A primeira estatueta do Brasil, na premiação, disputou a indicação com grandes obras como “Emília Perez’, da França, mas que tem a história retratada no México, ‘A semente do fruto sagrado’, da Alemanha, e ‘Flow’ da Letônia, que atualmente ultrapassa os 117 milhões em bilheteria mundial. Só não ultrapassou pouco mais de 163 milhões do longa brasileiro, onde, na estreia no Festival de Veneza, foi aplaudido por 9 minutos. Sua estreia no Festival rendeu o prêmio de Melhor Roteiro.
O filme é baseado no livro do escritor Marcelo Rubens Paiva e ambientado na ditadura militar do Brasil. O livro foi escrito para retratar a vida de Eunice, mãe do escritor. Tanto o filme, quanto o livro, além de contar todo o sofrimento de Eunice, relata a história real, como o desaparecimento e a morte do engenheiro civil e ex -deputado Rubens Paiva ocorrido, no Rio de Janeiro, no ano de 1971. Após o filme, o Estado brasileiro decidiu por mudar a certidão de óbito do engenheiro e colocar o verdadeiro motivo de sua morte.
Antes, o documento não citava sequer a ditadura e o verdadeiro motivo da morte de Rubens, e com a alteração, está citado que não foi de forma natural, e sim de forma violenta, confira: “não natural; violenta; causada pelo Estado brasileiro no contexto da perseguição sistemática à população identificada como dissidente política do regime ditatorial instaurado em 1964”, Certidão de óbito de Rubens Paiva agora informa que morte foi violenta | Agência Brasil. O documento foi entregue à família de Rubens. Assim elucidando o verdadeiro motivo da morte e dando à Eunice Paiva, a justiça que ela tanto lutou por muito tempo.
Seguindo a tradição do Oscar, o diretor Walter Salles recebeu a estatueta e discursou fixando sua admiração pelas mulheres do filme.
“Esse filme vai para uma mulher que, após uma perda enorme por um regime autoritário, decidiu não se render: Eunice Paiva”. Salles, terminou o discurso dedicando o prêmio às duas atrizes que atuam na produção como Eunice Paiva mais nova Fernanda Torres e a mãe dela, Fernanda Montenegro, que vive Eunice Paiva já no estágio final da vida.
É a primeira vez que um longa-metragem do Brasil ganha um prêmio de “Melhor Filme Internacional”, no Oscar. O prêmio destaca que o filme foi feito fora dos Estados Unidos, e com a língua predominantemente diferente do inglês. Apesar de Walter Salles ter recebido o prêmio em mãos, não deverá ficar com ele. Como o prêmio veio para uma obra feita no país, o diretor é quem recebe e depois a estatueta ficará em posse do Brasil, por ser uma conquista nacional.
Confira um pouco doque rolou:
Fontes: Certidão de óbito de Rubens Paiva agora informa que morte foi violenta | Agência Brasil