De K-pop a dorama: como a cultura coreana conquistou o Brasil

Por Katherine Laura Leighton

 

Foto: Divulgação

Segundo pesquisa realizada pela Fundação Coreana para Intercâmbio Cultural Internacional, entre o período de setembro e novembro de 2020, que mostra o Brasil em terceiro lugar onde houve maior aumento de audiência dos doramas coreanos (as dramatizações televisivas do leste asiático). Logo em seguida aparecem Emirados Árabes Unidos e Taiwan, ou seja, somos o primeiro país das Américas que mais consome produções televisivas de origem asiática. Mas a que se deve o aumento no consumo desse tipo de conteúdo? 

Em parte, devido ao incentivo promovido pelo próprio governo coreano, que identificou uma oportunidade de gerar riqueza – refiro-me aqui à produção de valor monetário para a sociedade, inclusive como forma de emprego para muitas pessoas envolvidas nas atividades interligadas direta e indiretamente ao meio artístico, além de atrair turistas. As grandes empresas de entretenimento investem tempo e dinheiro no treinamento maciço de seus astros, revelando talentos musicais altamente qualificados. Também podemos afirmar que estão muito próximos da perfeição, pois muitas novas histórias têm enredos instigantes e efeitos dignos de Hollywood.

Mas, será que apenas investimento é suficiente para conquistar um público tão grande assim? A meu ver outros fatores contribuem para o sucesso da Hallyu, como o amplo acesso à internet e os serviços de streaming que permitiram a globalização das produções cinematográficas, séries e outros conteúdos televisivos de diversas origens.

 

Antes nos limitamos aos conteúdos hollywoodianos e alguns europeus, agora temos uma gama ilimitada ao nosso alcance.

 

A diferença cultural, que gera curiosidade sobre os aspectos opostos aos nossos e que também nos ensina a quebrar paradigmas, acredito que possa ser outro fator. Afinal, podemos agregar o que é bom às nossas práticas. O “cômico” se faz presente em todos os gêneros dramáticos das produções coreanas, até mesmo em séries de ação, aventura e alguns suspenses. A doçura e a gentileza que, por aqui parecemos ter esquecido, são amplamente demonstrados nesse tipo de série, em especial nas coreanas. Gestos que conquistam, principalmente, o público feminino de todas as idades.

Outra informação da pesquisa corrobora com a afirmação acima, quando mencionamos os três gêneros mais consumidos: comédia romântica, séries estreladas por idols (o termo se refere a membros de grupos K-pop) e fantasia. Os números revelam que 85% do público consumidor é feminino. É notório que esse público é o maior consumidor de romances independente do formato. O escritor Nicholas Sparks é uma das provas mais famosas disso, emplacando sucesso atrás de sucesso com seus livros e adaptações cinematográficas. E, convenhamos, conteúdos leves e/ou cheios de magia são perfeitos para relaxar, além de nos transportarem para outro mundo bem longe da realidade pesada do nosso dia a dia. 

Se você tem curiosidade, mas por receio ainda não deu uma chance aos doramas, te convido a repensar e a conhecer. Há inúmeras opções disponíveis nos serviços de streaming como Netflix ou em plataformas gratuitas: Viki Rakuten, Kocowa e We TV. Então, pronto para entrar no mundo dessas produções?

Katherine Laura Leighton, que desde 2018 se rendeu aos doramas e é autora dos romances Um Coreano em Minha Vida, Todas as Vidas de um Coração e Guardado em Mim.

 

 

 

Fonte: lcagencia.com.br 

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