ArtRio 2022 confirma programa SOLO com curadoria de Ademar Britto
Obras de 09 artistas brasileiros serão apresentadas no Pavilhão MAR

A ArtRio 2022 terá esse ano 11ª edição do programa SOLO. Trazendo projetos expositivos originais dedicados a um único artista, o SOLO terá a curadoria do colecionador Ademar Britto. Serão apresentadas obras de nove artistas brasileiros, de diversas regiões do Brasil e com diferentes histórias de vida e de aprendizado de arte. O programa SOLO estará no Pavilhão MAR, projeto do arquiteto Pedro Évora construído especialmente para os dias da ArtRio, de 14 a 18 de setembro.
“A proposta curatorial consiste em apresentar um recorte de artistas contemporâneos que têm se destacado no cenário das artes, em diferentes fases de suas carreiras e com práticas diversas”, indica o curador.
Ademar Britto é médico, colecionador de arte e curador com formação em Estudos Curatoriais pela Escola de Artes Visuais do Parque Lage (Rio de Janeiro) e Node Center for Curatorial Studies (Berlim). Tem realizado textos críticos e curadorias tanto de jovens artistas, quanto de artistas históricos, além de participar do circuito internacional de exposições e feiras.
Conheça os artistas do programa SOLO
Wallace Pato
Galeria Mendes Wood DM
Nascido em 1994 no Rio de Janeiro, Wallace Pato é um artista autodidata. Iniciou sua pesquisa há cerca de seis anos conectando as ruas do Nordeste com os morros do Rio de Janeiro e paisagens de Moçambique — por sua passagem em residência artística no país. Retrata personagens e cenas do cotidiano — sobretudo dos subúrbios -, dando destaque para a força de um povo que constrói sua própria riqueza daquilo que não se revela sobre um país de desigualdades.
“Penso que a missão que tenho com minha pintura é a de retratar o meu povo. O povo das margens. Aqueles que sempre estão à sombra mas que com sua mão de obra bruta, atemporal, sustentam um país. Nas frestas de seu trabalho produzem a cultura para que possam espantar a miséria. Os que não são vistos ou que, quando o são, é de forma a comporem uma paisagem onde não são eles os protagonistas”, diz o artista.
Aurelino dos Santos
Almeida & Dale Galeria de Arte
Paulo Darzé Galeria
Aurelino dos Santos nasceu em 1942 em um ambiente de extrema pobreza em Salvador, onde cresceu. O artista possui uma obra geometrizada, refinada, delicada, minuciosamente rica em detalhes e com extrema organização em suas composições e proporções. Referência à cidade, suas ruas e construções, na maioria das vezes indicando a sensação de serem vistas aéreas urbanas, como se o artista andarilho fosse capaz de levitar e mapear as rotas que percorre diariamente. A economia e ausência de recursos materiais na sua obra são paradoxalmente a razão da sua riqueza.
JOTA
MT Projetos de Arte
JOTA é um jovem artista brasileiro, nascido em 2000 e criado no Complexo do Chapadão, conjunto de favelas da Zona Norte do Rio de Janeiro. Suas telas retratam o cotidiano de um jovem negro da periferia, distante dos cartões postais conhecidos e badalados da capital carioca.
As cenas transitam entre o ambiente familiar, o trabalho e os passeios pela vizinhança, incluindo a diversão com os bailes de funk. Suas pinturas também flagram a pobreza, a violência e o racismo estrutural, revelados nas abordagens de policiais, na favela e na Zona Sul da cidade, território que começou a frequentar com o sucesso nas artes.
Maxwell Alexandre
A Gentil Carioca
Maxwell Alexandre nasceu em 1990 na favela da Rocinha, Rio de Janeiro, onde cresceu. De família evangélica, o artista serviu o exército e foi patinador de street profissional. Graduou-se em Design na PUC-RJ em 2016 e em 2018 recebeu o Prêmio São Sebastião de Cultura da Associação Cultural da Arquidiocese do Rio de Janeiro, na categoria Artes Plásticas. No mesmo ano participou da residência artística na Delfina Foundation e realizou a sua primeira exposição individual “O Batismo de Maxwell Alexandre”, na galeria A Gentil Carioca, Rio de Janeiro.
Suas obras estão no acervo de coleções como Pinacoteca do Estado de São Paulo, Museu de Arte de São Paulo, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Museu de Arte do Rio, Musée d’Art Contemporain de Lyon, Perez Art Museum Miami e Guggenheim Abu Dhabi. Em 2022 o artista apresentará a individual “Pardo é Papel: A Vitória Gloriosa e Novo Poder” no The Shed em Nova York, Estados Unidos.
Gabriel Giucci
Galeria Leme
Gabriel Giucci é artista visual com ênfase no desenho e pintura. Seu trabalho resgata temas clássicos da Arte, a partir de uma perspectiva contemporânea. As imagens que utiliza como referência para suas pinturas, provém das redes sociais e de registros fotográficos de celular do próprio artista. Através da repetição exaustiva de um determinado assunto, Giucci investiga livremente elementos da linguagem pictórica, criando uma coleção de pinceladas e gestos. A busca pela expressividade vivencial é o cerne de sua pesquisa.
Luana Vitra
Galeria Periscópio
Luana Vitra nasceu em Contagem (MG), em 1995, cidade industrial onde cresceu. É artista plástica, dançarina e performer. Tem influência da marcenaria pelo lado paterno e da palavra por parte da mãe. Entende o próprio corpo como armadilha, e sua ação como micropolítica na lida com a espacialidade que seu trabalho evoca, confronta e confunde.
Uýra
C. Galeria
Uýra tem 30 anos, é indígena e dois espíritos (trans). Nasceu em Santarém (PA) e vive e trabalha em Manaus (AM). Formada em Biologia, com mestrado em Ecologia, atua como artista visual, arte educadora e pesquisadora. Tendo o corpo como suporte, narra histórias de diferentes Naturezas com fotoperformances e performance. A partir da paisagem Cidade-Floresta, se interessa pelos sistemas vivos e suas violações, e memória e diásporas indígenas. Integrou o Salão Arte Pará (2019), a exposição pelo Prêmio EDP das Artes, Tomie Ohtake (2020), a da 34a Bienal de São Paulo (2021), e exposições em instituições na Áustria, Itália, São Francisco, Holanda, França e em 2022 participará da Manisfesta! (Bienal nômade da Europa), e apresentará duas individuais, no Museu de Arte do Rio- MAR e no Museu de Arte Moderna — MAM Rio.
Elian Almeida
Galeria Nara Roesler
Elian Almeida baseia sua prática na convergência de diferentes linguagens, como pintura, fotografia, vídeo e instalação, tornando-se expoente de uma nova geração de artistas produtores de objetos e imagens que reivindicam protagonismo para agentes e corpos usualmente marginalizados em nossa sociedade e na tradição da arte. Com uma abordagem decolonial, seu trabalho se debruça sobre a experiência e performatividade do corpo negro na sociedade contemporânea. Para isso, ele recupera elementos do passado, imagens, narrativas e personagens — oficiais e extraoficiais –, de modo a contribuir para o fortalecimento e a divulgação da historiografia afro-brasileira.
Em sua série Vogue, em que Almeida se apropria da identidade visual e da estética dessa famosa revista de moda para vincular corpos negros, está a convergência dessas diversas linhas de trabalho, com o questionamento sobre os modos como esses sujeitos são representados e postos em circulação na cultura visual brasileira.
Antonio Tarsis
Fortes D’Aloia & Gabriel Galeria
Antonio Tarsis nasceu em Salvador (BA) em 1995 e iniciou sua produção artística aos 14 anos, na comunidade do Arraial do Retiro. Nesta época, começou a a coletar e reunir objetos achados pelas ruas, como caixas de fósforo, prática diária que funcionava como um exercício de compreensão de si e da paisagem em seu entorno. A colagem e sobreposição de dezenas de pequenas caixas de fósforos resultou em composições nas quais o artista investiga questões formais, trabalhando atentamente as sutis variações dos tons de roxo, atingindo uma dimensão pictórica singular endossada pelos títulos que, frequentemente, evocam ideias de paisagem, céu e outros elementos naturais, signos típicos do campo da pintura.
Nos últimos anos, o artista passou a realizar também obras em grande escala utilizando principalmente fragmentos de caixas de papelão usadas para transportar frutas. Com esse novo passo, o artista remonta ao período colonial, utilizando-se da exuberância colorida de suas composições para adentrar o denso terreno do debate contemporâneo, adereçando temáticas como o pensamento em torno da ideia de decolonialidade. O artista terá sua primeira exposição individual na Fortes D’Aloia & Gabriel em 2023.
A Artrio 2022 é apresentada pelo Instituto Cultural Vale, com patrocínio da Beck’s e apoio da Movida, Aliansce Sonae, Rio Galeão e Estácio. Apoio Institucional de Osklen, Sauer, Paco Rabanne, Bombay, Woods Wine, Woods Coffee e Ala Master. Windsor Hoteis, com o Miramar Hotel, é a rede oficial do evento e o Shopping Leblon é o shopping oficial.
O evento tem patrocínio da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro e da Secretaria Especial da Cultura / Ministério do Turismo.
A realização da ArtRio é da BEX Produções e da Dream Factory.
ARTRIO 2022
- Data: 15 a 18 de setembro (quinta-feira a domingo)
- Preview — 14 de setembro (quarta-feira)
- Venda de ingressos: a partir de 01 de agosto no site
- Ingressos: R$ 80 / R$ 40
- Horário:
14 de setembro — Preview das 13h às 21h
15 a 17 de setembro — das 13h às 21h
18 de setembro — das 12h às 20h
- Local: Marina da Glória – Av. Infante Dom Henrique, S/N — Glória
- Estacionamento no local, sujeito a lotação
- Metrô: Estação Glória
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Por FleishmanHillard