TV Brasil estreou nesta terça (14) a quarta temporada do Arte do Artista

 

Ao mesclar entrevista e dramaturgia, programa foi apresentado por Aderbal Freire-Filho debate conceito de utopia na nova leva de episódios

 

Aderbal Freire Foto: Divulgação
Aderbal Freire
Foto: Divulgação

Estreou nesta terça (14), à meia-noite, a quarta temporada de Arte do Artista. O programa apresentado pelo diretor teatral Aderbal Freire Filho, na TV Brasil, embarca com seus convidados no universo da utopia. O mote é a comemoração dos 500 anos do livro “Utopia”, escrito por Thomas Morus em 1516. A obra é a responsável por criar o conceito de utopia – a ideia de uma civilização perfeita, imaginária, mas que é praticamente impossível de existir na realidade.

O propósito foi de se fugir dos padrões convencionais, a atração propôs uma forma diferente de ver e fazer televisão. Essa é a novidade da quarta temporada, a abordagem do conceito de utopia. Aderbal Freire-Filho vai sempre provocar seus convidados sobre as ideias utópicas que eles têm para uma sociedade cada vez melhor.

Nesta temporada as personalidades confirmadas que serão entrevistadas no programa são a atriz Nathalia Timberg, a cantora Clarice Falcão, a escritora infanto-juvenil Thalita Rebouças, o diretor Wolf Maya, a atriz transformista Rogéria, o carnavalesco da Mangueira Leandro Vieira, a capitã da seleção brasileira de nado sincronizado Lara Teixeira, a escritora Conceição Evaristo; o ator Luís Lobianco, entre outros artistas.

Arte e utopia no episódio de estreia da quarta temporada

Pedro Duarte e Aderbal Freire Foto: Divulgação
Pedro Duarte e Aderbal Freire
Foto: Divulgação

No primeiro programa da série, ele entrevistou o filósofo Pedro Duarte sobre essa perspectiva. “Utopia diz literalmente o ‘não-lugar’. O espírito utópico começa com Platão, mas a palavra surge muito depois com Thomas Morus. E já começa paradoxal, pois é um ‘não-lugar’ que é uma ilha; um lugar fantasiado”, explica o convidado.

“A utopia sempre traz, a rigor, essa dupla inserção: ela é algo que se imagina a partir, no entanto, de uma experiência crítica com a sua própria realidade. No caso do Thomas Morus isso é muito claro. Não é um pano de fundo. Está dito ali”, defendeu o filósofo. “Talvez a melhor tradução da palavra utopia tenha sido dada por Guimarães Rosa involuntariamente: é a terceira margem do rio”, afirmou Pedro Duarte.

Durante um debate descontraído, ele estabeleceu uma relação entre a utopia e a arte. “É a necessidade de se imaginar sempre uma terceira margem que a gente não consegue colocar em lugar nenhum. Isso tem muito a ver com a arte faz. A arte não é só imaginar utopias, mas ela mesma ser utópica na medida que não tem um lugar adequado, correto”, discorre o filósofo.

O episódio também exibiu um vídeo em que artistas recitam o poema “Vou-me Embora pra Pasárgada”, de Manoel Bandeira. Com seu bom humor característico, o diretor de teatro ainda comemora o ano novo do Arte do Artista, já que essa foi a edição que abriu a temporada.

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