Dia do Pantanal: iniciativa trabalha para documentar e ampliar conhecimento sobre o bioma

Criado há dois anos, o Documenta Pantanal reúne artistas, jornalistas, acadêmicos, empresários e organizações para mostrar as belezas e alertar sobre os riscos que o bioma enfrenta

 

Transpantaneira
Foto Edna Rocha

O dia 12 de novembro é considerado o Dia do Pantanal. A data foi criada para homenagear o ambientalista Francisco Anselmo de Barros, morto em 2005 durante um protesto em defesa do bioma. Embora este seja apenas um dia do ano em que se chama a atenção para a necessidade de conservação do Pantanal, diversas organizações trabalham diariamente em sua defesa, buscando mostrar suas belezas, aumentar o conhecimento da população sobre seu território e garantir a conservação da sua fauna e flora.

Uma dessas iniciativas é o Documenta Pantanal. Criado em maio de 2019, ele funciona como uma rede que integra dezenas de pessoas, organizações e empresas que atuam em prol do Pantanal, apoiando a produção de filmes e documentários, livros, web-séries e campanhas que ajudam a aumentar a consciência da importância da conservação do bioma para as pessoas.

Foto: Edna Rocha

Tudo começou com a produção do documentário: “Ruivaldo, O Homem que Salvou a Terra”, de Jorge Bodanzky e João Farkas, que apresenta a luta de um produtor pantaneiro para enfrentar a inundação de suas terras pelo transbordamento do rio Taquari, causado pelas erosões e voçorocas que existem na região. O impacto causado pelo filme gerou aos envolvidos a vontade de seguir no caminho de documentar e mostrar o Pantanal para mais pessoas.

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“O Pantanal tem muitas belezas naturais ainda desconhecidas da maioria das pessoas, e também algumas vulnerabilidades, que podem impactar negativamente a região. Queremos mostrar ao máximo essas belezas, para que as pessoas tomem consciência da importância de conservá-las”, afirma Mônica Guimarães, coordenadora do Documenta Pantanal.

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Jacaré /Transpantaneira
Foto: Edna Rocha

O trabalho se seguiu com a produção e apoio de livros como “Produção de Natureza“, de Ignácio Jimenez Péres; “Pantanal“, de João Farkas; “Pantanal: Serra do Amolar“, de Araquém Alcântara; “Cozinha Pantaneira“, de Paulo Machado e o recente “Terra D’Água Pantanal“, de Luciano Candisani, lançado em setembro, e de filmes, como o curta-metragem “Finado Taquari” de Frico Guimarães, e “Jaguaretê-Avá: Pantanal em Chamas“, de Lawrence Wahba, que estreia neste dia 12 de novembro, além de diversas exposições e a produção de conteúdo, como a websérie Aulas Pantaneiras, com outro dos coordenadores do Documenta Pantanal, o professor Sandro Menezes.

 

Articulação na luta contra o fogo

 

Foto: Edna Rocha

Com a tragédia dos incêndios que se abateram sobre o bioma em 2020, o Documenta Pantanal somou esforços para contribuir com o enfrentamento do fogo, liderado por organizações que fazem parte da iniciativa, como a SOS Pantanal e o Instituto do Homem Pantaneiro (IHP). A campanha Artistas pelo Pantanal obteve a doação de 45 obras de diversos artistas, como Adriana Varejão, Carlito Carvalhosa, e Vik Muniz, cujas vendam proporcionaram mais de R﹩ 2 milhões, revertidos para o treinamento de aquisição de equipamentos para brigadas de prevenção e combates aos incêndios. Em 2021, com o nível dos incêndios menor que o do ano passado, mas ainda alto em relação à média histórica, o Documenta Pantanal lançou a campanha #NaoPonhaFogoNoPantanal, que busca conscientizar as pessoas sobre o perigo do uso do fogo na região.

 

Foto: Edna Rocha

“A região enfrenta uma seca histórica, então o manejo tradicional do fogo, para a limpeza de pastagens, por exemplo, se não observar as regras dos órgãos de controle, pode resultar em incêndios incontroláveis”, alerta Sandro Menezes. Artistas como Murilo Benício, Marcos Palmeira, Leopoldo Pacheco, Luciene Adami e Mayara Magri já vestiram as camisetas da campanha, que estão sendo vendidas pelo e-mail documentapantanal@gmail.com. Os recursos obtidos serão, novamente, revertidos para a Brigada do Alto Pantanal e SOS Pantanal, para ajudar na prevenção e combate aos incêndios. “Esperamos que, no próximo ano, o Pantanal ocupe as manchetes por suas belezas e potencial de desenvolvimento, e não por novos focos de incêndios”, conclui Mônica.

 

Criado há dois anos, o Documenta Pantanal apoia projetos artísticos, documentais e científicos voltados a divulgar o bioma, sua cultura, suas possibilidades econômicas e suas questões mais prementes. Apoia a produção de filmes, livros, aulas e outras ações voltadas para ampliar a consciência da importância do Pantanal e estimular a geração de soluções inovadoras.

 

Mais informações no site do Documenta Pantanal .

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