Bienal do Livro Rio traz sistema gratuito para crianças com autismo e dislexia

Foto: Nilber Ferreira

Num passeio pelos corredores da Bienal do Livro Rio, na quarta-feira, a psicopedagoga Zoraide Vianna, de 54 anos, viu de longe a frase “Programas Gratuitos para Instituições de Ensino e Professores”, e, na mesma hora, parou as compras e dirigiu-se ao local. Professora de um centro de atendimento para estudantes com deficiência em Barra Mansa, Zoraide encantou-se ao ser apresentada a uma tecnologia digital, gratuita, que vai ajudá-la no desafio de ensinar crianças e jovens com autismo, dislexia, deficiência auditiva e visual a aprender a ler. Divulgada na Bienal do Livro Rio _ que nesta edição tem a valorização da diversidade e da inclusão como marcas_ os recursos da plataforma inclusiva Microsoft Learning Tools vêm surpreendendo muitos educadores que estão visitando o espaço no pavilhão azul.

Trata-se de um conjunto de ferramentas gratuitas que permitem leitura, escrita e compreensão de textos de crianças ou de adultos analfabetos. E que está disponível, de graça, para alunos, professores e diretores de escolas que baixarem o programa no site da empresa. Entre os recursos, está o Immersive Reader, que permite ao aluno customizar a visualização de textos no computador de acordo com sua necessidade. É possível, por exemplo, configurar o espaçamento entre letras, o tamanho da fonte e a cor de fundo. A ferramenta também disponibiliza um leitor simultâneo que realça as palavras lidas em voz alta. Conforme o estudante vai lendo, a palavra é iluminada na tela.

A professora, que trabalha no Centro Municipal de Atendimento Educacional Especializado de Barra Mansa, atendendo a 165 alunos com autismo e outras deficiências, disse que não imaginava que ia encontrar isso na Bienal.

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“Quando o monitor começou a me explicar, percebi que se encaixava na minha linha de trabalho. Pensei que isso pode me ajudar com minhas crianças que não verbalizam. Tenho um aluno da 7ª série, de 16 anos que canta músicas inteiras de Toquinho e Tim Maia, mas não lê. Quando ele começar a ler e cantar e perceber que as letras vão aparecer (na tela), que aquilo pode ser transformado num código, vai ser superinteressante para ele”, disse.

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Daniel Maia, gerente de negócios da Microsoft, explica que o principal objetivo de divulgar o programa na Bienal do Livro Rio foi se aproximar de educadores, já que muitos ainda não conhecem as potencialidades da ferramenta. Entre os benefícios do Microsoft Learning Tools, ele destaca o aumento da capacidade de leitura (ela fornece referências visuais, por exemplo, quando o aluno clica a palavra,) e o reforço da escrita (por meio de recursos como o do ditado e leitura em voz alta).

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“Lá você consegue capturar um texto da internet ou você pode escrever um texto. Pode também colar uma foto e ela faz análise. O desafio das crianças com dislexia que estão aprendendo a ler é se concentrar nas palavras, e a ferramenta ajuda nisso. Já temos vários cases de sucesso, entre eles o de um menino americano, Andrew, que lia seis palavras por minuto e em poucas semanas, já estava lendo 60 palavras por minuto”, contou, ressaltando que o programa é gratuito e com versão em português.

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Qualquer instituição de ensino reconhecida pelo Ministério da Educação tem acesso gratuito ao Office 365, basta se inscrever.

 

 

 

Créditos: Danthi Comunicações

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