Brasil faz história em Pesaro e volta ao pódio nove anos depois

No vestiário, Camila não escondeu a emoção com a conquista. “Essa coreografia é muito especial para mim. Foi montada com uma música que escolhi para homenagear o meu pai, que faleceu no ano passado”, disse a treinadora, referindo-se a Smile, música composta por Charles Chaplin em 1936 para ser o tema musical de Tempos Modernos. Foi só em 1954 que a melodia ganharia uma letra, de John Turner e Geoffrey Parsons. “A letra tem tudo a ver com ele”, acrescentou Camila, em homenagem a Lourival Ferezin.

 

Brasil faz história em Pesaro e volta ao pódio nove anos depois
(Federazione Ginnastica d’Italia)

A Seleção Brasileira de Conjunto fez história. Neste domingo (5), o Brasil conquistou a medalha de bronze na etapa de Pesaro, na Itália, da Copa do Mundo de Ginástica Rítmica. O conjunto comandado pela treinadora Camila Ferezin, com uma bela apresentação na série mista, conseguiu a nota 28.650, ficando atrás apenas de duas medalhistas olímpicas em Tóquio: Itália (32.450) e Bulgária (29.850), e à frente de potências como China, Japão e Ucrânia. Para se ter uma ideia do nível de dificuldade da Copa do Mundo, o Brasil conquistara antes apenas uma medalha em etapas da Copa do Mundo: foi em 2013, em Minsk, a capital de Belarus.

A conquista, segundo Camila, indica que o Brasil está “no caminho certo” para fazer boas apresentações no Campeonato Pan-Americano do Rio, que será disputado em julho – trata-se do principal objetivo no primeiro semestre.

Na outra final do dia, a dos cinco arcos, o Brasil não conseguiu reeditar a belíssima performance mostrada na fase classificatória, quando alcançou a nota 31.850, que lhe daria a medalha de prata neste domingo. Ainda ressentindo-se de falta de melhor consistência, o que é natural neste início de período competitivo, o Brasil registrou a nota 27.250 e ficou na oitava posição.

 

A treinadora procurou sintetizar a importância da conquista. “Essa medalha veio a coroar o nosso trabalho, mostrando que o Brasil está entre os melhores do mundo, e isso logo no início do ciclo. A importância dessa medalha é muito maior quando se leva em conta a força dos adversários. Tivemos aqui cinco conjuntos que foram finalistas olímpicos em Tóquio”.

Camila afirma que a conquista não chega a surpreender. “Quando o novo código de notas foi publicado, vimos que a parte artística passou a ser muito valorizada, e percebemos que nossas chances cresceram. Agora há uma nota específica para a parte artística, e esse é um elemento do nosso trabalho que sempre arrancou muitos elogios, porque nossas coreografias costumam ser muito bonitas, criativas e artísticas. Só não esperávamos que esse resultado viria tão cedo”.

 

A treinadora não chegou nem a lamentar o infortúnio na primeira final disputada neste domingo. Na série de cinco arcos, o Brasil cometeu duas falhas significativas, o que afetou a nota.

 

“O público italiano gosta muito de GR e lotou o ginásio. Isso deixou a nossa equipe um pouco nervosas. Quando acabamos a série de cinco arcos, a gente decidiu agarrar com unhas e dentes as nossas chances na mista, e deu no que deu”.

 

Camila destacou ainda uma curiosidade – a primeira medalha do Brasil em Copas do Mundo, a de Minsk, em 2013, também foi conquistada numa série de bolas e fitas.

 

FINAIS – ETAPA DE PESARO DA COPA DO MUNDO DE GINÁSTICA RÍTMICA

SÉRIE MISTA

1º) Itália 32.450

2º) Bulgária 29.850

3º) BRASIL 28.650

4º) China 27.900

5º) México 26.200

6º) Ucrânia 26.100

7º) Japão 24.950

8º) Cazaquistão 22.200

 

SÉRIE DE CINCO ARCOS

1º) Itália 34.800

2º) China 31.750

3º) Bulgária 31.500

4º) França 30.850

5º) México 28.900

6º) Cazaquistão 28.750

7º) Uzbequistão 27.850

8º) BRASIL 27.250

 

 

 

Por Redação Confederação Brasileira de Ginástica

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