Mãe: em todas as artes um ConVite ao Amor

Por Nilber Ferreira 

 

Foto Edna Rocha

Um Segundo Domingo de Maio Diferente para cada família neste planeta. Ruas vazias, batentes fiscalizam o trânsito das pessoas. “Evite aglomerações”. Máscaras de tudo que é cor, gel e sabão, “lavem bem as mãos”. Todo cuidado é pouco e muito pode salvar vidas. Falando em vida, nada mais certeiro, essencial e convidativo, é falar de Mãe para acalentar os nossos medos e ansiedades. Partícula do amor Ágape (incondicional e divino e de auto sacrifício do criador) contido de forma intrínseca nestas heroínas de plantão o tempo todo em nossas vidas.

Cada mãe e seu estilo, sua cara, seu cheiro, sua roupa e sua marca. No asfalto ou no morro, na casa humilde ou no palácio da realeza, reside a nobreza de sentimento das nossas mamães. Retratadas em todas as artes humanas e refinam com seu toque qualquer expressão e manifestação artística.

A pintora impressionista americana Mary Cassat foi uma grande entusiasta do tema maternal em suas obras. Entre muitos dos seus quadros temos, “Mãe e filho”, “Banho de criança“, “Maternidade”, que focam a doce e intima relação entre mães e filhos. Influenciada pelo pintor Francês Edgar Vegas, famoso por retratar o universo feminino. Cassat, na idade adulta foi para a romântica Paris terminar os estudos artísticos, foi sempre antenada, defendia a plena igualdade entre homens e mulheres em todos os campos do conhecimento.

Da pintura para a música a lista seria enorme e dinâmica. “Clareana”, sucesso da cantora Joyce surgido nos anos 70, feito para as filhas Clara e Ana. Em pouco tempo se tornou uma das canções mais requisitadas por sua atmosfera e linda melodia com cheiro de mato e orvalho. É feito um bichinho no sol de manhã novelo de lã no ventre da mãe” (trecho da canção). A eterna Kid Abelha, Paula Toller, fez a música em homenagem a seu filho Gabriel.

 

Uma aula de indagações que permeiam as crianças e adolescentes tais como – Como eu cheguei aqui mamãe? O que significa impávido colosso? Dentes por que caem? Por que precisamos dormir? Por que o tempo passa? De um jeito bem humorado fala das interrogações da garotada.

 

A cantora Barbara Dias compôs outra obra prima. Em “Nove Meses”, a interprete coloca em ordem cronológica o tempo na “nave Mãe”, o  útero, antes de concluir o ciclo da gestação. De um modo todo singular, apresenta o monologo do ainda feto com sua futura mamãe, até ser mais um habitante do planeta terra. Cristina Mel, conhecida interprete da música cristã, tem uma canção intitulada “Para sempre em meu coração”, a canção faz uma viajem nas fases infantis até chegar à idade em que todo filho segue sozinho o seu caminhar pela estrada da vida. O hit é muito solicitado na hora de homenagear as rainhas dos lares.

Mergulhando em letras, saltamos para os livros e encontramos mulheres incríveis, mães espetaculares. “O tempo e o vento”, de Érico Verissimo, nos apresentada Ana Terra, mulher de fibra, que após a crueldade do assassinato de sua família recomeça a sua saga no povoado de Santa Fé. A obra de Verissimo e ambientada no estado Rio Grande do Sul em sua formação, repleto de conflitos, temores e paixões, de natureza praticamente intacta. A escritora Maria José Dupré, autora de “Éramos seis”, narra a história de Dona Lola, vivendo na capital paulista entre as décadas de 1910 e 1940. O cotidiano dessa mãe, que primeiramente fica sem o marido, vai aos poucos perdendo sua prole e enfrentará diversas adversidades, alegrias e dramas.

O livro se tornou uma produção televisa estrelada por Glória Pires, recentemente exibida na emissora rede globo no horário das 18h.  A obra imortal de Graciliamos Ramos, traz a personagem Sinhá Vitória, uma expressão nominal de peso no ambiente no sertão e da seca. Na trama, Sinhá denomina seus filhos como Menino mais novo e Menino mais velho, na fuga da seca do Nordeste. Seu nome já diz tudo, e apesar das enormes dificuldades, sonha com o sucesso de seus filhos na cidade grande.

No teatro e cinema nacional temos uma dobradinha no tema mãe. O espetáculo de teatro Minha mãe é uma peça”, de autoria do ator e humorista Paulo Gustavo, entrou em cartaz em 2006, com pouco recursos. No monologo, são contadas as peripécias de sua mãe, Dona Hermínia e sua luta como mãe divorciada para cuidar dos filhos. Em pouco tempo a produção estourou e se tornou um frison teatral, com a sessões esgotadas rapidamente. No ano de 2013 as desventuras e aventuras da falante e enérgica Dona Hermínia vai para as telonas, com uma sequência em 2016, e recentemente em meados de 2019, o terceiro longa inspirado na peça teatral.

A outra mãe icônica e uma “Peça rara” é a mãe do Cris Rock, o garoto que cresceu no bairro do Brooklin, em Nova York. A história narra seu dia a dia com uma animada família. Rochelle Rock (quase Balboa) defende a prole com unhas e dentes. Educa os filhotes com braço forte, e de um jeito todo seu no famoso seriado “Todo mundo odeia o Cris”. A produção nos entrega pérolas de sabedoria.

Nas séries animadas temos dois contrastes de mães em eras distantes, “Os jetsons” e os “Os Flintstones”. Uma na idade da pedra, com carros movidos a sola dos pés, com guindastes de dinossauros na construção civil, jornal e revistas em pedra lascada. Outra na humanidade hi tech, veículos voadores, pulseiras inteligentes, robô doméstica e quase tudo automatizado. As duas, embora separadas por milhões de anos, conservam o DNA materno.

E nas telonas outras mães memoráveis. A mãe do futuro, Sara Connor, do “O exterminador do futuro”, pacata no primeiro filme, pós maternidade, se torna guerreira contra as máquinas e quem pintar no caminho. A mãe encrenqueira, ou melhor, justiceira, que vai atrás da solução do assassinato de sua filha em “Três Anúncios para um Crime”, interpretada magistralmente por Frances McDormand. Uma mãe que colocando outdoors na estrada com determinação e força contra um crime sem respostas.

Os dilemas sociais do Brasil retratados e questionados em “Que horas ela volta”, estrelado por Regina Casé, mostra a mãe doméstica com a filha idealista, que tenta mostrar a sua mãe nuances reais da distância dos mundos e seus padrões. A clausura de “O quarto de Jack”, a história da mãe e filho sob cativeiro que tentam a escapar quando o menino começa fica curioso com o mundo lá fora. A película aborda o esforço da mãe manter para sua saúde mental e do garoto, enquanto confinados estreitando o laço materno cada vez mais intensos.

Foto: Pixabay/Imagens gratuitas

Essas “Mulheres Maravilhas”, inomináveis em sua própria definição, padecem-no Paraíso com um sorriso largo e braços abertos em qualquer situação. A mãe no relato bíblico do julgamento do Rei Salomão (1 Reis 3:16-28), quando duas mulheres lutam pela guarda de uma criança, as duas dormiam no mesmo Leito, por acidente um bebê morre asfixiado pelo peso da mãe.

O rei decide que corte a criança ao meio e reparta entre as mulheres. O pedaço de amor divino se mostra, a mãe verdadeira deixa que a guarda fique com a outra, e a outra prefere que o rei prossiga em dividir a bebê. Conclusão: Uma mãe e verdade, quer o filho vivo e salvo, mesmo longe dela. O rei sabiamente devolve o filho à que não permitiu a sua morte.

 

Não importa em que adaptação sua mãezona se enquadra, a verdade é que cada uma tem o seu jeito único. Nestes dias que combatemos um inimigo invisível e vezes letal, que o contágio hoje seja de amor e esperança, de Paz, cuidado e ternura. Vamos esquecer as diferenças e pensar no próximo e sejamos solidários. Que a luz do sorriso das mães com seus filhos em confraternização, ilumine o céu e se misture ao tom de azul mais lindo que possa existir.

 

Atentando para todas as orientações médicas e sanitárias tenhamos todos nós um excelente Dia das Mães” em todo o universo.

PARABÉNS À TODAS AS MAMÃES!!!

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