XIX edição da Bienal do Livro Rio ficou marcada por polêmicas, recorde de vendas e público

A Cidade Maravilhosa, que durante dez dias, foi a capital da Cultura e Educação, troca de ideias e pensamentos no Rio Centro, zona Oeste do Rio de Janeiro, do dia 30 de agosto a 8 de setembro. Dias de altos papos para todos os públicos e idades na 19° Bienal Internacional do Livro. O evento terminou no domingo (08), com um saldo amplamente positivo, que bateu recordes de público e venda, superando a edição de 2017.

A festa ainda contou com show de Loose Tanos, que esquentaram os pavilhões lotados da Bienal do Livro. A XIX edição da Bienal do Livro Rio ainda contou com a estreia de diversos autores como a autora best-seller que estreou pelo selo Harlequin, da HarperCollins Brasil, Juliana Dantas com o livro “No silêncio do mar”, entre outros. Além do tema no Estande Japão – Literatura de fantasia para jovens, que levou atualidades como queimadas, aquecimento global, agrotóxicos e falta de água no Planeta, como Lúcia Teixeira, autora da obra infantojuvenil “Caminho para ver estrelas”.

 

O territórios Laranja, Azul e Verde dos pavilhões do Rio Centro se tornaram os caminhos da sabedoria para milhares de pessoas nestes dias de programação.

 

Foto: Edna Rocha

O espaço ” Arena Sem filtro”, um ambiente mais despojado em níveis de arquibancadas, abrigou conversas interessantes sobre as mais variadas temáticas: Esperança, fé e juventude na Atualidade. O evento ainda contou com a presença da atriz e apresentadora Cissa Guimarães e o poeta Bráulio Bessa. Teve conversas abordando diversos formatos de biografias com a presença de Tande (Volêi), o biógrafo Ruy Castro (Bossa Nova e de Guarrincha), a roteirista Patrícia Andrade (“Dois Filhos de Francisco” e “Gonzaga de Pai pra Filho”). Os dias contaram também com outros eventos como palestra sobre “Padrão de Beleza” com a presença da atriz Mariana Xavier.

Os livros de inspiração e de cabeceira de Fabrício Carpinejar, Giovani Martins e Conceição Evaristo aparecem na palestra “Livro de Cabeceira”. O pensamento plural marcou presença na Arena com as conversas sobre a “A literatura arco-íris”, com autores da cena LGBT, e também com os sambistas Martinho da Vila e Elza Soares em “Muito além da musica”. Games, Empreendedorismo, contos e histórias fantásticas, espiritualidade e artes cênicas, entre outros.

Foto: Edna Rocha

 

No café Literário, um ambiente para degustar um delicioso café, além da oportunidade de assistir rodas de conversa, que traziam temas mais densos como: a “Escravidão” com o jornalista e escritor Laurentino Gomes, “Empoderamento Feminino” com Heloísa Buarque de Holanda, “Meio Ambiente” com Ailton Krenak, líder indígena e ambientalista, “A Era das Fake News” com o diretor André Fan. Os debates neste espaço foram fechados com a participação da economista Miriam Leitão, Mário Magalhães  e Melina Risso falando sobre os recentes rumos do país na área política e econômica.

 

Foto: Edna Rocha

 

O público pode conferir clássicos como “O Diário de Anne Frank“, “O Hobbit”, J.R.R. Tolkien, “O Pequeno Príncipe“, Antoine de Saint-Exupéry, “Turma da Mônica Jovem – Um Convite Inesperado“, de Babi Dewet, Carol Christo, Melina Souza e Pam Gonçalves, com ilustrações de Mauricio de Sousa, “A revolução dos bichos“, de George Orwell, “Quebrando a Rotina – Vivendo o Melhor da Vida” de Max Lucado, entre outros. 

 

A criançada se esbaldou no pavilhão Laranja, reservado para eles nesta edição da Bienal mais amplo e com mais atividades para todos. 

 

No  “Pela estrada a fora” performances teatrais variadas. A preservação da natureza “Os mistérios da Floresta”, contos clássicos “João Maria” ou  novas literaturas infantis “Capitão cueca”. Momentos de contação de história como a que Fabricio Carpinejar falou sobre ludicamente com os pequenos sobre o bullying, no “Filhote de cruz credo”, texto de sua autoria.

Foto: Nilber Ferreira

A Turma da Mônica, com seu criador Maurício de Sousa, que transitou pelos corredores, levou alegria e emoção às novas e antigas gerações, que cresceram lendo seus gibis e assistindo as aventuras de  Mônica, Cascão, Cebolinha, Magali, Chico Bento, nos cinemas.

A MSP  (Maurício de Sousa Produções) tem inovado em suas publicações, ela trata também de inclusão com os personagens Dorinha, uma menina cega, e Edu, um garoto com uma doença rara, a história aborda a importância do diagnóstico precoce da Distrofia Muscular de Duchenne (DMD) e fala sobre inclusão. No domingo, dia 08 de setembro, ás 11h, o pai da Mônica autografou exemplares destes novos personagens, importantes para socialização destas crianças.

 

Bandeira LGBT sacudida em protesto

 

Foto: Nilber Ferreira

A censura do prefeito do Rio, Marcelo Crivella, ao quadrinho “Vingadores: A Cruzada das Crianças” e da fiscalização para identificar livros considerados “impróprios” na Bienal do Livro Rio, não pode frear a vontade dos leitores. O efeito contrário deste embate judicial a liberdade de expressão, causou revolta entre os produtores de conteúdo, escritores, roteiristas, cineastas, jornalistas, entre outros. A ação do prefeito levou a comunidade LGBT criar um movimento e sacudir bandeira em protesto, pois o estopim da disputa era o beijo gay, na história dos Vingadores. 

Na sexta (06), o youtuber Felipe Neto, anunciou em suas redes sociais que no sábado, na Bienal, iria distribuir 10 mil exemplares de livros com conteúdo LGBT. Resultado- os estoques de livros com temática praticamente esgotaram.

Após uma montanha Russa jurídica, o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Juiz Dias Toffoli, decidiu em manter a venda de qualquer publicação nos Pavilhões do Rio Centro. A afirmativa da Liberdade dos direitos da liberdade de expressão foram normalizados no evento. Um mar de gente pra tudo que é lado participando da maior encontro literário do Brasil.

 

Bienal do Livro Rio tem recorde de público

 

Foto: Edna Rocha

Devido ao sucesso do evento, esta edição foi celebrada pelo mercado editorial. Os números de vendagem batem até 70 % maior que o lucro obtido em 2017. Mais de 4 milhões de livros – dos 5,5 milhões de exemplares disponíveis – foram vendidos durante a XIX edição da Bienal do Livro Rio, um aumento de 11% em relação à última edição, em 2017, quando foram vendidos 3,6 milhões de livros em 11 dias.

Cada visitante, em média, levou para casa pelo menos seis livros. Entre os hábitos e costumes de leitura, de acordo com pesquisa realizada com os frequentadores, os romances ainda despertam mais interesse entre os leitores, seguidos de gêneros de fantasia, mistério, horror e ficção científica. Livros para jovens e adolescentes, HQs e mangás representam, juntos, 40,7% do interesse dos entrevistados.

E toda essa literatura, mostrada nestes dados, seja traduzida em muito mais cultura, educação, entretenimento e motivação para o povo. Que este evento sirva para semear o respeito mutuo, seja qual for a bandeira ou credo, a pluralidade de ideias e a acima de tudo, a liberdade de expressão, direito constitucional conquistado. A Bia (para os íntimos), vai dar um pulo em São Paulo, em 2020 , e volta para Cariocas em 2021.

 

 

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Fonte: Danthi Comunicações

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