“COMPRA-ME UM REVÓLVER”, de Julio Hernández Cordón, estreia no Brasil

Por Maurício Filho

 

 

Foto: Divulgação

Em algum lugar do México, sem uma data exata dos acontecimentos em um ambiente hostil e cenário um tanto diatópico e pós-apocalíptico, acontece a trama de “Compra-me um Revólver”, filme de Júlio Hernández Cordón, que estreia no próximo dia 30. Com a extinção cada vez maior  do número de mulheres, vemos uma população destruída que vive a mercê de cartéis de traficantes em um ambiente de violência e drogas.

Sobrevivendo a essa triste realidade temos Huck (Matilde Hernandez), e seu pai viciado em drogas que é obrigado a tomar conta de um campo de beisebol abandonado onde o chefe de uma das quadrilhas e seus comparsas vem para jogar todas as noites. O pai é amargurado pela perda de sua esposa e outra filha, por isso faz de tudo para que Huck não tenha o mesmo destino.

Acorrentada para que não seja raptada, ela esconde a sua real identidade atrás de uma máscara e mantém o cabelo cortado para se passar por menino. Sendo obrigada a  presenciar toda a violência a sua volta e servidão e obediência de seu pai ao bando dos traficantes e seu vício na heroína, a menina tenta ainda encontrar algum momento em que possa ser apenas criança.

 O filme é bem profundo ao retratar a realidade em que essas pessoas vivem, sem nenhuma expectativa de futuro, tudo gira em torno do crime organizado, drogas e a disputa por território e briga entre facções rivais e ao expor também a perda da inocência das crianças que aparecem na trama, onde são expostas em ocasiões de extrema violência e perigo.

Servindo de crítica social sobre os cuidados que deveriam ser tomados com as crianças num todo. Todos os acontecimentos no filme ou na vida real iriam moldar de alguma forma o pensamento delas e a visão de mundo, levando- as a acreditar  que não existe nada de diferente na vida, nem um sonho ou viver, tudo se resumiria a morte a ao fim de tudo.

Da parte técnica o filme tem uma ótima apresentação visual, com grandes planos e cenários bem explorados e boa fotografia, ponto positivo para algumas cenas ao dia que registraram belas paisagens pelos desertos do México, o uso câmera subjetiva e tremida em alguns momentos para acompanhar o deslocamento das personagens além da ótima trilha sonora.

O longa tem uma boa história que seria melhor aproveitada se nos tivesse sido apresentado no começo do filme o que levou a todos esses problemas sociais e peca ainda na falta de algumas resoluções da trama, ficamos com a indagação do que poderia ter acontecido e o que o futuro reserva para a jovem Huck e seus amigos.

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