Mostra na Caixa Cultural Rio de Janeiro exibe grandes clássicos do cinema africano
Seleção de obras resgata o florescimento da produção independente no continente com exibição de 21 títulos e debates
A pluralidade audiovisual do continente africano entra em cartaz na CAIXA Cultural Rio de Janeiro, de 14 a 26 de novembro de 2017 (terça a domingo), com a mostra Grandes Clássicos do Cinema Africano. A programação reúne 21 títulos entre longas, médias e curtas-metragens, produzidos a partir da década de 1950 e escolhidos em função de sua relevância histórica para a cena cultural dos países retratados.
O documentário Sembène! – O pai do cinema africano (2014) abre a programação no dia 14 (terça). Celebrado em importantes eventos audiovisuais ao redor do mundo e exibido no Brasil somente no Festival do Rio, em 2015, o longa de Samba Gadjigo e Jason Silverman retrata o cineasta senagalês Ousmane Sembène.
Boa parte dos filmes teve exibição restrita no Brasil. Por isso, a mostra proporciona ao público o contato com produções consideradas raras, como África 50 (1950), curta realizado clandestinamente no início dos anos 1950 pelo francês René Vautie e que permaneceu censurado por décadas. Outro destaque é Lamb (1963), de Paulin Soumanou Vieyra, um curta documental restaurado em 2014 que aborda o estilo de luta que dá título à produção, esporte nacional por excelência do Senegal.
A seleção de filmes foca nas produções realizadas na África Ocidental Francófona Subsaariana nas décadas de 1950, 1960 e 1970. “Escolhemos este recorte por ser o início de uma produção essencialmente africana, logo após as independências. No período colonial, os povos africanos foram impedidos de se envolver com a prática cinematográfica. Eram, portanto, representados a partir de estereótipos perniciosos que os relegava a um segundo plano e os afetavam psicologicamente. São filmes que refletem o momento em que foram produzidos e abordam os desafios de suas sociedades no período pós-colonial, além de representar aspectos culturais africanos, como as línguas, os costumes e as danças”, descreve o curador da mostra, Tiago Castro Gomes.
Debates:
Os filmes selecionados são considerados “grandes clássicos” por serem historicamente relevantes. Estão na programação “o primeiro filme em língua africana” e “o primeiro longa-metragem na África subsaariana”, além de títulos bastante debatidos por teóricos do cinema, porque foram definidores de uma série de características temáticas e formais que perduram nas produções das décadas seguintes. Os espectadores mais atentos perceberão que os filmes guardam algumas características em comum, como o forte comprometimento político e social.
Para aprofundar todo esse conteúdo, a mostra promove duas mesas de debates mediadas por Gomes, com o tema Reflexões sobre o cinema africano: histórias, políticas, estéticas e outras questões, nos dias 16 e 17 de novembro (quinta e sexta-feira), às 19h.
A mostra é uma realização da Insensatez Audiovisual e Luzes da Cidade – Grupo de Cinéfilos e Produtores Culturais e tem o patrocínio da Caixa Econômica Federal e do Governo Federal. A programação completa está disponível no site www.classicosafricanos.com.br.
Programação:
14 de novembro (terça-feira)
19h – Sembène! – o pai do cinema africano (Sembène!, 2014) de Samba Gadjigo e Jason Silverman, EUA / Senegal, 82 min. 12 anos
15 de novembro (quarta-feira)
17h – Sessão especial Ousmane Sembène, 14 anos
Borom sarret (1963) de Ousmane Sembène, Senegal, 21 min.
A negra de… (La noire de…, 1966) de Ousmane Sembène, Senegal, 56 min.
19h – Baara (1978) de Souleymane Cissé, Mali, 90 min. 12 anos
16 de novembro (quinta-feira)
17h – Eu, um negro (Moi, un noi, 1958) de Jean Rouch, França/Costa do Marfim, 73 min. 14 anos
19h – Debate Reflexões sobre o cinema africano: histórias, políticas, estéticas e outras questões – parte 1, com Janaína Damaceno (pesquisador e professora da UERJ) e Thiago Florêncio (pesquisador e professor da URCA). Mediação de Tiago Castro Gomes (curador). Livre
17 de novembro (sexta-feira)
17h – A viagem da hiena (Touki Bouki, 1973) de Djibril Diop Mambéty, Senegal, 95 min. 12 anos
19h – Debate Reflexões sobre o cinema africano: histórias, políticas, estéticas e outras questões – parte 2, com Marina Berthet (pesquisadora e professora da UFF) e Clementino Junior (realizador e cineclubista). Mediação de Tiago Castro Gomes (curador).
18 de novembro (sábado)
14h40 – Sessão especial Djibril Diop Mambéty, 10 anos
Contras’ city (1968) de Djibril Diop Mambéty, Senegal, 22 min.
Badou boy (1970), de Djibril Diop Mambéty, Senegal, 56 min.
16h30 – O vento (Finyè, 1982) de Souleymane Cissé, Mali, 140 min. 12 anos
19h20 – Eu, um negro (Moi, un noi, 1958) de Jean Rouch, França/Costa do Marfim, 73 min. 14 anos
19 de novembro (domingo)
14h20 – O vento (Finyè, 1982) de Souleymane Cissé, Mali, 140 min. 12 anos
17h – Sembène! – o pai do cinema africano (Sembène!, 2014) de Samba Gadjigo e Jason Silverman, EUA / Senegal, 82 min. 12 anos
19h – Sessão especial Ousmane Sembène, 14 anos
Borom sarret (1963) de Ousmane Sembène, Senegal, 21 min.
A negra de… (La noire de…, 1966) de Ousmane Sembène, Senegal, 56 min.
21 de novembro (terça-feira)
16h30 – Ceddo (1977) de Ousmane Sembène, Senegal, 120 min. 12 anos
19h – A viagem da hiena (Touki Bouki, 1973) de Djibril Diop Mambéty, Senegal, 95 min. 12 anos
22 de novembro (quarta-feira)
16h30 – Xala (1975) de Ousmane Sembène, Senegal, 123 min. 14 anos
19h – Sessão especial Transição, 12 anos
África 50 (Afrique 50, 1950) de René Vautie, França/Costa do Marfim, 17 min.
África sobre o Sena (Afrique sur Seine, 1955) de Paulin Soumanou Vieyra, França/Senegal, 21 min.
As estátuas também morrem (Les statues meurent aussi ,1953) de Chris Marker e Alain Resnais, França, 30 min.
Lamb (1963) de Paulin Soumanou Vieyra, França/Senegal, 27 min.
23 de novembro (quinta-feira)
17h – Moustapha Alassane, cinéaste du possible (2009) de Christian Lelong e Maria Silvia Bazzoli, França, 93 min. 12 anos
19h – Sessão especial Djibril Diop Mambéty, 10 anos
Contras’ city (1968) de Djibril Diop Mambéty, Senegal, 22 min.
Badou boy (1970), de Djibril Diop Mambéty, Senegal, 56 min.
24 de novembro (sexta-feira)
14h30 – Ó, Sol (Soleil Ô, 1969) de Med Hondo, França/Mauritânia, 98 min. 14 anos
16h30 – Sessão especial Moustapha Alassane, 12 anos
Boa viagem, Sim (Bon voyage, Sim, 1966) de Moustapha Alassane, Níger, 5 min.
Samba, o grande (Samba, le grand, 1977) de Moustapha Alassane, França, 14 min.
Casamento (Aouré, 1962) de Moustapha Alassane, Níger, 30 min.
O regresso de um aventureiro (Le retour d’un aventurier, 1966) de Moustapha Alassane, França, 34 min.
18h30 – Xala (1975) de Ousmane Sembène, Senegal, 123 min. 14 anos
25 de novembro (sábado)
15h – Sessão especial Transição, 12 anos
África 50 (Afrique 50, 1950) de René Vautie, França/Costa do Marfim, 17 min.
África sobre o Sena (Afrique sur Seine, 1955) de Paulin Soumanou Vieyra, França/Senegal, 21 min.
As estátuas também morrem (Les statues meurent aussi ,1953) de Chris Marker e Alain Resnais, França, 30 min.
Lamb (1963) de Paulin Soumanou Vieyra, França/Senegal, 27 min.
17h – Baara (1978) de Souleymane Cissé, Mali, 90 min. 12 anos
18h50 – Ceddo (1977) de Ousmane Sembène, Senegal, 120 min. 12 anos
26 de novembro (domingo)
15h – Sessão especial Moustapha Alassane, 12 anos
Boa viagem, Sim (Bon voyage, Sim, 1966) de Moustapha Alassane, Níger, 5 min.
Samba, o grande (Samba, le grand, 1977) de Moustapha Alassane, França, 14 min.
Casamento (Aouré, 1962) de Moustapha Alassane, Níger, 30 min. 12 anos
O regresso de um aventureiro (Le retour d’un aventurier, 1966) de Moustapha Alassane, França, 34 min.
17h – Moustapha Alassane, cinéaste du possible (2009) de Christian Lelong e Maria Silvia Bazzoli, França, 93 min. 12 anos
19h – Ó, Sol (Soleil Ô, 1969) de Med Hondo, França/Mauritânia, 98 min. 14 anos
Serviço:
Mostra Grandes Clássicos do Cinema Africano
Local: CAIXA Cultural Rio de Janeiro – Cinema 1
Endereço: Av. Almirante Barroso, 25, Centro (Metrô e VLT: Estação Carioca)
Telefone: (21) 3980-3815
Data: de 14 a 26 de novembro de 2017 (terça-feira a domingo)
Horários: Consultar programação
Ingressos: R$ 4 (inteira) e R$ 2 (meia). Além dos casos previstos em lei, clientes CAIXA pagam meia.
Lotação: Cinema 1 – 78 lugares (mais 3 para cadeirantes)
Bilheteria: terça-feira a domingo, das 13h às 20h
Classificação indicativa: Consultar Programação
Acesso para pessoas com deficiência
Patrocínio: Caixa Econômica Federal e Governo Federal