Caminhos da Reportagem entrevista sobreviventes do Holocausto
Programa recorda o drama vivido por vítimas de um dos maiores genocídios da história
O Caminhos da Reportagem desta quinta (22), às 22h, na TV Brasil, conta a história de sobreviventes do Holocausto. O programa entrevista pessoas que viveram os horrores da perseguição, dos campos de concentração e perderam suas famílias, suas pátrias. Muitas dessas vítimas recomeçaram a vida em outros países, como o Brasil, e se dedicaram a relatar essa tragédia.
“Quem tem a oportunidade de conversar com um sobrevivente acaba sendo uma testemunha também. Porque eu sou testemunha de ter conhecido um sobrevivente. Então, quem tiver a oportunidade, é bom se apressar porque sobreviventes estão ficando velhinhos e não duram para sempre”, José Jakobson
A afirmação de José Jakobson, filho de um sobrevivente do Holocausto, revela a importância de ouvir a história diretamente de quem a viveu. Com esse objetivo, o Caminhos da Reportagem ouve sobreviventes de um dos maiores genocídios que o mundo presenciou.
O Holocausto matou onze milhões de pessoas, 6 milhões só de judeus. Muitos dos sobreviventes fugiram para o Brasil, além de outros países, antes, durante e depois da Segunda Guerra Mundial. Chegaram aqui debilitados, com sequelas físicas e psicológicas.
“A ideia dos alemães era que nenhum judeu iria sobreviver à presença deles. Feroz mesmo! No fim da guerra eu estava pesando, quando já tinha comido, uns 30 quilos”, Nanette Konig
Nanette Konig, judia holandesa que sobreviveu ao nazismo. Ela foi colega de escola de Anne Frank, a menina judia que ficou famosa por escrever um diário enquanto vivia em um esconderijo com a família. As duas se reencontraram no campo de concentração. Anne Frank, assim como a família de Nanette, não sobreviveu.
A equipe da TV Brasil conversa com outros sobreviventes que testemunharam os horrores dos campos de trabalho forçado e de extermínio. “Lá em Auschiwitz foi feita uma segregação. Um vagão ia para a morte, para o crematório, e o outro vagão ia para campos de trabalho. Se eu tivesse má sorte de estar no vagão que iria para a morte, não tinha me salvado”, afirma o judeu polonês, Julian Gartner.
“Durante a guerra, os judeus e outros grupos perseguidos, como negros, ciganos, homossexuais e inimigos políticos, enfrentaram a fome, o frio, a perda da identidade, da família, da saúde e da vida”
A atração jornalística recebe Anita Prestes, filha do comunista brasileiro Luiz Carlos Prestes com a judia alemã Olga Benário. Anita, que nasceu enquanto a mãe estava presa, se considera “filha da solidariedade internacional”, uma vez que foi libertada depois de uma campanha envolvendo vários países.
Também participa do programa, Salvador Haim, filho de um ex-prisioneiro que fez vídeos dentro de um campo de concentração na Bulgária. O feito, considerado inédito pelo Museu do Holocausto de Washington, contém imagens da rotina em um campo de concentração.
“O vídeo mostra o pessoal trabalhando, quebrando pedra, afiando ferramenta, pondo dinamite para estourar pedra. Como ele fez o filme, quem autorizou, isso a gente não sabe”, narra Salvador Haim
O Caminhos da Reportagem também visita lugares de preservação da memória dos sobreviventes, como o Museu do Holocausto em Curitiba, que reúne documentos, fotografias e objetos dos judeus que vieram para o Brasil.
Na Argentina, o programa visita o Centro Simon Wiesenthal, que leva o nome de um dos mais famosos caça-nazistas do pós-guerra. O jornalístico da emissora pública ainda mostra como os alemães lidam com esse capítulo da história, seja no currículo escolar, seja com projetos como as “pedras de tropeço’, intervenções artísticas espalhadas pela Alemanha e demais países europeus, em homenagem às vítimas do nazismo.
Serviço:
Caminhos da Reportagem – quinta-feira (22), às 22h00, na TV Brasil.